domingo, 30 de maio de 2010

Pablo Neruda

Foto de Luciano

Tu eras também uma pequena folha

que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,

se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

Pablo Neruda nasceu em Parral, Chile, em 14 de julho de 1904, como Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Era filho de José del Carmen Reyes Morales, um operário ferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.
Em 1906 seu pai se transferiu para Temuco, onde se casou com Trinidad Candia Marverde, que o poeta menciona em diversos textos, como "Confesso que vivi" e "Memorial de Ilha Negra", como o nome de Mamadre. Estudou no Liceu de Homens dessa cidade e ali publicou seus primeiros poemas no periódico regional A Manhã. Em 1919 obteve o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule com o poema Noturno Ideal.

Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou pedagogia em francês na Universidade do Chile, obtendo o primeiro prêmio da festa da primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista Juventude. Em 1923 publica Crespusculário, que é reconhecido por escritores como Alone, Raúl Silva Castro e Pedro Prado. No ano seguinte aparece pela Editorial Nascimento seus Vinte poemas de amor e uma canção desesperada, no que ainda se nota uma influência do modernismo. Posteriormente se manifesta um propósito de renovação formal de intenção vanguardista em três breves livros publicados em 1936: O habitante e sua esperança, Anéis (em colaboração com Tomás Lagos) e Tentativa do homem infinito.

Em 1927 começa sua longa carreira diplomática quando é nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Em suas múltiplas viagens conhece em Buenos Aires Frederico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935, Manuel Altolaguirre entrega a Neruda a direção da revista Cavalo verde para a poesia na qual é companheiro dos poetas da geração de 1927. Nesse mesmo ano aparece a edição madrilenha de Residência na terra.

Em 1936, eclode a Guerra Civil espanhola; Neruda é destituído do cargo consular e escreve Espanha no coração. Em 1945 é eleito senador e obtém o Prêmio Nacional de Literatura. No mesmo ano, lê para mais de 100 mil pessoas no Estádio do Pacaembu em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1950 publica Canto Geral, em que sua poesia adota intenção social, ética e política. Em 1952 publica Os Versos do Capitão e em 1954 As uvas e o vento e Odes Elementares.

Em 1953 constrói sua casa em Santiago, apelidada de "La Chascona", para se encontrar clandestinamente com sua amante Matilde, a quem havia dedicado Os Versos do Capitão. A casa foi uma de suas três casas no Chile, as outras estão em Isla Negra e Valparaíso. "La Chascona" é um museu com objetos de Neruda e pode ser visitada, em Santiago. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Lênin da Paz.

Em 1958 apareceu Estravagario com uma nova mudança em sua poesia. Em 1965 lhe foi outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, Grã-Bretanha. Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura. Após o prêmio, Neruda é convidado por Salvador Allende para ler para mais de 70 mil pessoas no Estadio Nacional de Chile.

Morreu em Santiago em 23 de setembro de 1973, de câncer na próstata. Postumamente foram publicadas suas memórias em 1974, com o título "Confesso que vivi" .
Em 1994 um filme chamado Il Postino (também conhecido como O Carteiro e O Poeta ou O Carteiro de Pablo Neruda no Brasil e em Portugal) conta sua história na Isla Negra, no Chile, com sua terceira mulher Matilde. No filme, que é uma obra de ficção, a ação foi transposta para a Itália, onde Neruda teria se exilado. Lá, numa ilha, torna-se amigo de um carteiro que lhe pede para ensinar a escrever versos (para poder conquistar uma bonita moça do povoado).

Foto de Luciano

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

10 comentários:

  1. Neruda...

    Belo e humano!


    Bom resto de domingo.


    Saudações poéticas

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  2. Un gran Poeta, escritor y persona, fue Pablo Neruda.

    La fotografía de las flores es preciosa.

    un abrazo desde Valencia, Montserrat

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  3. “Há lágrimas que correm pela face
    e outras que rolam pelo coração”.

    (Guilherme de Almeida)


    Te desejo uma semana de amor & paz!
    Beijos.........M@ria

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  4. Adoro Neruda!

    e ele disse:

    "Não vivi, talvez em mim mesmo; vivi talvez, a
    vida dos outros.

    "A minha vida é uma vida feita de todas as vidas - as vidas do poeta"

    Pablo Neruda

    Obrigada pela escolha!

    Agradeço sua presença e amizade, aos meus poemas
    e neste caso, em especial, ao poema "Sem Rumo"

    Lindas as flores de Luciano.

    Beijos para os dois,

    Maria Luísa

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  5. Molto belli i colori di queste foto...una vera poesia...


    Vito

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  6. Coincidência estava lendo um poema de Neruda agora pouco e este é muito bonito! Óptimas informações. Sim, alguns são eternos como é a natureza. Beijo

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  7. Gosto da poesia de Neruda...brilhante como a vida...real como a humanidade... e gosto...das flores do Luciano!!
    beijos
    Graça

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  8. lindas fotos e beloa poemas beijos

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  9. Pablo Neruda, maravilhosamente aqui lembrado, homem e poeta, ou o inverso, não interessa: GRANDE!
    Saudações amigas

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  10. Olá, belas fotografias...belo poema de Neruda...Espectacular....
    Um abraço

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