sábado, 31 de julho de 2010

Um pouco mais de Lisboa - Portugal

Foto de Luciano

Conto de fadas
(Florbela Espanca)

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento…
Trago no nome as letras duma flor…
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento…

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d´ouro, a onda que palpita.

Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou aquela de quem tens saudade,
A princesa de conto: “Era uma vez…”

 Foto de Luciano
Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.
(Fernando Pessoa)

 Foto de Luciano

Neste edifício, às três horas e vinte minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nascia em Lisboa Fernando Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos).

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lisboa - Portugal

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
(Fernando Pessoa)

Foto de Luciano

Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. A cidade é considerada uma cidade global alfa e é também a capital do Distrito de Lisboa, da Área Metropolitana de Lisboa, e é ainda o principal centro da sub-região estatística da Grande Lisboa. Eclesiasticamente é sede do Patriarcado de Lisboa. Lisboa possuía, em 2004 uma população de 564 657 habitantes e uma área metropolitana envolvente que ocupa cerca de 2 870 km², com cerca de 2,8 milhões de habitantes. A sua área metropolitana concentra 27% da população do país. A Região de Lisboa, que abrange do estuário do Tejo ao norte da Península de Setúbal, apresenta um PIB per capita superior à média da União Europeia, que faz desta a região a mais rica de Portugal. O concelho de Lisboa tem 83,84 km² de área, e apresenta uma densidade demográfica de 6 734,94 hab./km².


 Foto de Luciano

O Martinho da Arcada é um café e restaurante histórico situado no Terreiro do Paço, em Lisboa, em Portugal.
O café foi fundado em 1778 com o nome "Café da Neve". Teve vários nomes (Casa de Café Italiana, Café do Comércio, Café dos Jacobinos ou Casa da Neve) consoante os proprietários, até que foi adquirido por Martinho Bartolomeu Rodrigues, em 1845.
O Martinho da Arcada tem uma antiga tradição literária como café de escritores, dos quais o mais famoso é Fernando Pessoa (que tem uma mesa permanentemente reservada), mas também era frequentada por outras personalidades como Lopes Mendonça, Afonso Costa, Manuel da Arriaga, Bernardino Machado, França Borges, Cesário Verde, António Botto, Augusto Ferreira Gomes, António Ferro e Almada Negreiros.
Mais recentemente, o Martinho da Arcada passou a ter também uma mesa permanentemente reservada para o escritor José Saramago.

  Foto de Luciano
Espaço Curvo e Finito
(José Saramago)

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Momento Arte Portuguesa


Foto de Luciano
O Meu Impossível
(Florbela Espanca)

Minh'alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!

Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!...

Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!... Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto...

Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!... 

Foto de Luciano

Sr. Vinho

Segundo as notícias de imprensa o Garrafão (Sr. Vinho) criado pela artista Joana Vasconcelos foi encomendado pela Câmara Municipal de Torres Vedras para ser instalado no novo mercado da cidade como peça de escultura pública. Esta obra, com cerca de cinco metros de altura, foi concebida em ferro forjado inspirada nos padrões das vedações típicas das casas portuguesas.
Parece que a polémica foi suscitada pelo grupo de oposição à autarquia (PSD/CDS-PP), que questionaram a aquisição desta peça no valor de 149 mil Euros (mais apoios de entidades privadas), considerando tratar-se de um valor demasiado “elevado em tempo de crise”.

 Foto de Luciano

A Noiva

Joana Vasconcelos, escultora, é a autora de “A Noiva”, um lustre que tem 4,70 m, mas que ao invés de ser de cristal ou de pingentes de vidro, foi construído com 14 mil tampões OB. Segundo a escultora, o plástico com que são revestidos esses objetos reflete a luz quase tão bem como o vidro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vila de Óbidos - Portugal

Foto de Luciano

Óbidos é uma vila portuguesa no distrito de Leiria, região Centro e sub-região do OesteRegião de Turismo do Oeste, com cerca de 3 100 habitantes. fazendo parte da
É sede de um município com 142,17 km² de área e 10 875 habitantes (2001), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste e leste pelo município das Caldas da Rainha, a sul pelo Bombarral, a sudoeste pela Lourinhã, a oeste por Peniche e a noroeste tem costa no oceano Atlântico.
Ao contrário do que se possa pensar, o nome Óbidos não deriva da parónima óbitos, mas sim do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada». Nas suas proximidades ergue-se a povoação romana de Eburobrittium.
Terá sido tomada aos Mouros em 1148, e recebido a primeira carta de foral em 1195, sob o reinado de D. Sancho I. Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal, designadamente Urraca de Castela (esposa de D. Afonso II), Rainha Santa Isabel (esposa de D. Dinis), Filipa de Lencastre (esposa de D. João I), Leonor de Aragão (esposa de D. Duarte), Leonor de Portugal (esposa de D. João II), entre outras.

 Foto de Luciano
Sorriso audível das folhas
(Fernando Pessoa)

Sorriso audível das folhas 
Não és mais que a brisa ali 
Se eu te olho e tu me olhas, 
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.  

Ri e olha de repente 
Para fins de não olhar 
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar 
Tudo é vento e disfarçar.
  
Mas o olhar, de estar olhando  
Onde não olha, voltou 
E estamos os dois falando 
O que se não conversou  

 Isto acaba ou começou?


 Foto de Luciano

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mais Chaves - Portugal

Foto de Luciano

Poema à boca fechada
(José Saramago)

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição) 

Foto de Luciano

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Chaves - Portugal


As sem-razões do amor
(Carlos Drummond de Andrade)

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor
.
 Foto de Luciano

Chaves é uma cidade portuguesa do Distrito de Vila Real, Região Norte, sub-região do Alto Trás-os-Montes, com uma população estimada (em 2005) de 17 535 habitantes no seu perímetro periurbano. A cidade de Chaves em sentido restrito está dividida em três freguesias: Madalena, Santa Maria Maior e Santa Cruz - Trindade.
É sede de um município com 591,22 km² de área e 44 039 habitantes (2008 ), subdividido em 51 freguesias. O município é limitado a norte pela Espanha, leste pelo município de Vinhais, a sudeste por Valpaços, a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar e a oeste por Boticas e Montalegre.
Os vestígios presentes na região de Chaves, legados da Pré-História, levam a admitir a existência de actividade humana no Paleolítico. São em grande quantidade os achados provenientes do Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria e de S.Lourenço, dentre outros locais, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.
As legiões romanas que, há dois milénios, conquistaram aquelas terras instalaram-se de essencialmente no vale fértil do Tâmega, exactamente onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela periferia, aproveitando alguns dos castros existentes.
Construíram muralhas protegendo o aglomerado populacional; construíram a majestosa ponte de Trajano; fomentaram o uso das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais; exploraram minérios, filões auríferos e outros recursos naturais. Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro César da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquæ Flaviæ da actual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico — flaviense.

 Foto de Luciano

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais fotos da Suiça

Foto de Luciano

Frases e Pensamentos de Henri Amiel

"Conhecer é um ato. A ciência pertence, portanto, ao âmbito da moral. Agir é seguir um pensamento. A moral pertence, portanto, ao campo da ciência."

"Fazer com facilidade o que os outros acham difícil é talento; fazer o que o talento acha impossível é genial."

"A nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser."

"Fiz desaparecer a minha individualidade para nada ter que defender; afundei-me no incógnito para não ter qualquer responsabilidade; foi no zero que procurei a minha liberdade."

Henri Frédéric Amiel nasceu em Genebra, em 1821. Ainda criança, perdeu os pais e foi morar com um tio paterno.
Na sua juventude, fez diversas viagens pela Europa, quando finalmente, em 1844, matriculou-se no curso de Filosofia da Universidade de Berlim. Aprofundou seus conhecidos em Filologia, História, Antropologia, Psicologia, Estética e Teologia.
Quatro anos depois, em 1848, apresentou sua tese de doutorado à Universidade de Genebra, que foi consagrada dentro dos movimentos literários da Suíça. Sua tese também lhe rendeu a nomeação de professor catedrático de Estética e Literatura pela mesma universidade.
Amiel, então, passou depois a ensinar Filosofia, disciplina pela qual era completamente apaixonado e entusiasta. Fruto dessa relação de paixão, Amiel publicou vários estudos, como: “L'Academie de Genève”, de 1859, “Madame de Staël”, de 1876 e “Caractéristique Gènèrale de Rousseau, de 1879.
Além disso, publicou livros poéticos, entre eles: “Grains de Mil”, de 1854, “Il Penseroso”, de 1858)”, “La Part Du Rêve”, de 1863” e “Jour à Jour”, de 1880. O filósofo também lembrado pelas reflexões registradas em seu diário, “Journal Intime”, que foram publicadas em 1886, após sua morte.
Henri Amiel faleceu em 1881, em Genebra.

 Foto de Luciano