domingo, 22 de maio de 2011

Manaus - Amazonas - Brasil

Teatro Amazonas e ao fundo o porto de Manaus.

Manaus
 é um município brasileiro, capital do estado do Amazonas e o principal centro financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil. É uma cidade histórica e portuária, localizada no centro da maior floresta tropical do mundo. Situa-se na confluência dos rios Negro e Solimões. É a cidade mais populosa da Amazônia, de acordo com o IBGE, sendo uma das cidades brasileiras mais conhecidas mundialmente, principalmente pelo seu potencial turístico e pelo ecoturismo. Destaca-se pelo seu patrimônio arquitetônico e cultural, com numerosos templos, palácios, museus, teatros, bibliotecas e universidades.

Vista panorâmica da Zona Franca de Manaus

Em 1540 Francisco Orellana, que vinha do Perú e pretendia chegar à Espanha, navegou em um grande rio que já se chamava Amaru Mayu ou “A Serpente Mãe do Mundo”, que rebatizou como Rio Orellana. Mas, ao ter sua expedição atacada na foz do Nhamundá por uma tribo de mulheres guerreiras, mudou o nome para Rio Amazonas, numa alusão às guerreiras gregas que retiravam um seio para melhor manuseio de arco e flechas.
Em 1542 a expedição de Orellana chegou ao Oceano Atlântico, e seus relatos despertaram o interesse de espanhóis, ingleses, holandeses e franceses, que chegaram a explorar comercialmente a imensa região e foram expulsos pelos portugueses somente por volta do ano de 1639.
Para garantir os seus domínios na região os portugueses criaram em 1669 o Forte de São José do Rio Negro, em torno do qual surgiu um arraial que se chamou Lugar da Barra e deu origem à cidade de Manaus.
Toda a região amazônica era governada a partir de Belém, capital da província do Grão-Pará, e como tornou-se impossível administrar uma área tão grande, atender à sua população e manter a paz com os indígenas que resistiam à colonização, criou-se em 3 de março de 1755 a Capitania de São José do Rio Negro.
Em 1833 o Lugar da Barra foi elevado à categoria de Vila e foi chamado de Manaus, que significa “Mãe de Deus”, em homenagem aos valentes índios da tribo Manaós. Em 24 de outubro de 1848 a vila recebeu o título de Cidade da Barra do Rio Negro e, em 04 de setembro de 1856, foi finalmente denominada Cidade de Manaus, tornando-se capital da então Província do Amazonas, que fora criada em 05 de setembro de 1850, desmembrando-se do Grão-Pará, para ocupar totalmente a região e resistir às tentativas de expansão do Perú.
Anos depois surgiu um dos mais importantes ciclos econômicos do estado, o Ciclo da Borracha, em uma época em que imigrantes nordestinos fugiam da seca e se instalavam nos seringais com o sonho de enriquecer. A participação de empresas inglesas foi importante para o surgimento de melhorias na cidade de Manaus, como luz elétrica, água encanada e rede de esgotos, o Porto de Manaus, e bondes elétricos, sendo importante acrescentar que, naquela época, muitos desses serviços ainda não existiam no restante do país. Foi um tempo de luxo, em que as famílias abastadas mandavam seus filhos estudarem na Europa e os prédios locais eram construídos com materiais exclusivamente europeus, em estilos art nouveau e neoclássico, com destaque para o famoso Teatro Amazonas, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o prédio da Alfândega e o Palácio da Justiça, que até hoje são destaques na arquitetura local.

Encontro das águas rio Solimões e rio Negro

O Animal da Floresta
(Thiago de Mello)

De madeira lilás (ninguém me crê)
se fez meu coração. Espécie escassa
de cedro, pela cor e porque abriga
em seu âmago a morte que o ameaça.
Madeira dói?, pergunta quem me vê
os braços verdes, os olhos cheios de asas.
Por mim responde a luz do amanhecer
que recobre de escamas esmaltadas
as águas densas que me deram raça
e cantam nas raízes do meu ser.
No crepúsculo estou da ribanceira
entre as estrelas e o chão que me abençoa
as nervuras.
Já não faz mal que doa
meu bravo coração de água e madeira.

 
Ponte de Ferro Benjamin Constant

Dez Haicais para os Olhos da Amada
(Aníbal Beça)

do encontro
teus olhos chegam
dança que não destrança
aos sons que almejam.

do carinho
teus olhos traçam
nesse tão largo afago
curvas que abraçam.

da paixão
teus olhos ardem
ao lume qual perfume
brasas que espargem.

do amor
teus olhos brilham
entre luas azuis e nuas
a paz que trilham.

da entrega
teus olhos choram
em prece que enaltece
os salmos que oram.

da doação
teus olhos formam
das ázimas lagrimas
rios que ao mar tornam.

do cotidiano
teus olhos cantam
em temor ao desamor
males que espantam.

do desejo
teus olhos vibram
herpehos de desejos
no olor que aspiram.

do prazer
teus olhos quebram
momento e alumbramento
os tons que celebram.

do ciúme
teus olhos fitam
na ronda o meneio
da onda o mar que atiçam.

 

Municipio de Presidente Figueireido há 107 km de Manaus.
Conhecida por suas belas cachoeiras


domingo, 1 de maio de 2011

Rio de Janeiro - Brasil

Praia de Copacabana

À época do estabelecimento do sistema de Capitanias Hereditárias na colónia do Brasil, o território do atual estado do Rio de Janeiro encontrava-se compreendido em trechos da Capitania de São Tomé e da São Vicente.
Não tendo sido colonizado pelos portugueses, em virtude da hostilidade dos indígenas estabelecidos neste litoral, entre 1555 e 1567, a baía de Guanabara foi ocupada por um grupo de colonos franceses, sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon, que aqui pretendiam instalar uma colônia de povoamento, a chamada "França Antártica".
Visando evitar esta ocupação, assegurando a posse do território para a Coroa Portuguesa, em 1 de março de 1565, foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, por Estácio de Sá, vindo a constituir-se, por conquista, a Capitania Real do Rio de Janeiro.
Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital do Império do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960.
Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país. Cidade brasileira mais conhecida no exterior, maior rota do turismo internacional no Brasil e principal destino turístico na América Latina e em todo Hemisfério Sul, a capital fluminense funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, o Morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, as florestas da Tijuca e da Pedra Branca, a Quinta da Boa Vista, a ilha de Paquetá, o Réveillon de Copacabana e o Carnaval. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.

Vista da enseada de Botafogo, com a marina do Iate Clube do Rio de Janeiro (ao centro) e o morro do Pão de Açúcar, à direita.

O Amor...

(Cecília Meireles)

É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!

Centro financeiro do Rio de Janeiro a partir da Baía de Guanabara.

DODECASSÍLABOS
(Euclides da Cunha)

Estala na mudez universal das coisas
estrídulo tropel de cascos sobre pedras
e naquela assonância ilhada no silêncio
o cataclismo irrompe arrebatadamente.

O doer infernal das folhas urticantes
corta a região maninha das caatingas
fazendo vacilar a marcha dos exércitos
sob uma irradiação de golpes e de tiros.

Por fim tudo se esgota e a situação não muda,
lembrando um bracejar imenso, de tortura,
em longo apelo triste, que parece um choro.

Num prodigalizar inútil de bravura
desaparecem sob as formações calcáreas
as linhas essenciais do crime e da loucura.

Palácio Tiradentes, sede atual da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro e antigo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados) antes da mudança da capital para Brasília.


CONVERSA DE BOTEQUIM
(Noel Rosa)

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
uma boa média que não seja requentada
um pão bem quente com manteiga à beça
um guardanapo e um copo d´água bem gelada.

Feche a porta da direita com muito cuidado
que não estou disposto a ficar exposto ao sol.
Vá perguntar ao seu freguês do lado
qual o resultado do futebol.

Se você ficar limpando a mesa
não levanto nem pago a despesa
vá pedir ao seu patrão
uma caneta, um tinteiro, um envelope e um cartão.

Não se esqueça de me dar palito
e um cigarro pra espantar mosquito.
Vá dizer ao charuteiro
que me empreste uma revista, um cinzeiro e um isqueiro.

Telefone ao menos uma vez
para 34-4333
e ordene ao seu Osório
que me mande um guarda-chuva aqui pro nosso escritório.

Seu garçom me empreste algum dinheiro
que eu deixei o meu com o bicheiro
vá dizer ao seu gerente
que pendure esta despesa no cabide ali em frente...

Cristo Redentor