quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Zwickau - Alemanha - Schumann

Principal Centro Comercial (Hauptmarkt)

 
Zwickau é uma cidade do leste da Alemanha, na região administrativa de Chemnitz, estado da Saxônia, distrito de Zwickau. Esta situada às margens do rio Zwickauer Mulde. Centro industrial, situado em uma região rica em minas de carvão. Entre seus produtos destacam-se compostos químicos, componentes elétricos, maquinaria mineradora, porcelanas e têxteis. De sua arquitetura, sobressaem a igreja de Santa Maria (século XV) e a porta de entrada da cidade (século XVI). Sua população, segundo estimativas de 1990, era de 115.700 habitantes.
Zwickau foi uma cidade independente (Kreisfreie Städte) ou distrito urbano (Stadtkreis) até 31 de julho de 2008, quando passou integrar o distrito de Zwickau.
 
Praça Schumann
 
Robert Alexander Schumann (8 de Junho de 1810, Zwickau, Alemanha - 29 de Julho de 1856, perto de Bonn, Alemanha) foi um músico e pianista alemão. Filho de um livreiro, August Schumann e Johanna Schumann. Como o seu pai era bibliotecário, Schumann, pode descobrir com facilidade a obra de Shakespeare, verdadeiro emblema para os jovens que se rebelavam contra a ortodoxia do Classicismo.Lendo também á obra mais atual de Lord Byron e também outros autores como Walter Scott e Jean Paul, escritor que Robert admirava ao ponto de em 1828, empreender uma peregrinação a Bayreuth para visitar o seu túmulo.
Em 1826, o seu pai faleceu, fato que Robert jamais superou por causa do enorme sofrimento da sua perda. Pouco depois viajou até Leipzig, a cidade de Johann Sebastian Bach, a fim de matricular-se na faculdade de Direito. Mais tarde em Heidelberg, retomou o estudo das leis, inscrevendo-se na cátedra de Justus Thibaut. Todavia, os verdadeiros ensinamentos deste grande filósofo começariam após o horário escolar, quando este se reunia com o aluno para lhe confessar que era a música a sua verdadeira paixão. O facto de ter conhecido a pianista Ignaz Moscheles e o fascínio por Niccoló Paganini acabaram por lhe determinar o destino.
 
Igreja Dom St. Marien
 

DEIN IS MEIN GANZES HERZ
(Fritz Löhner-Beda)

Dein ist mein ganzes Herz
Wo du nicht bist, kann ich nicht sein
So wie de Blume welkt
Wenn sie nicht küßt der Sonnenschein

Dein ist mein schönstes Lied
Weil est allein aus der Liebe erblüht
Sag mir noch einmal mein einzig Lieb
O sag noch einmal mir: ich hab’ dich lieb.

Wohin ich immer gehe
Ich fühle deine Nähe
Ich möchte deinen Atem trinken
Und betend dir zu füßen sinken

Dir, dir allein!
Wie wunderbar ist dein leuchtendes Haar
Träumschön und Sensuchtsbang
Ist dein stralender Blick
Hör ich der Stimme Klang
Ist es so wie Musik.

Tradução:

SÓ TEU É MEU CORAÇÃO
(Fritz Löhner-Beda)

Só teu é meu coração
Onde não estás, não posso estar
Assim como murcha a flor
Sem o teu beijo, se apaga o sol

Tua é a minha mais linda canção
Pois ela brota somente do amor
Diz-me mais uma vez, meu único amor,
Oh, diz-me mais uma vez: "te quero muito"

Onde quer que eu vá
Eu sinto tua presença
Eu quero beber do teu hálito
E rezar diante dos teus pés
A ti, somente a ti!
Quão maravilhosos são teus cabelos brilhosos
É um sonho lindo, saudoso
O teu olhar cativante
Ouço o som da tua voz
E soa como música.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Férias em Portugal...

Harmonia de Vida ...
(Eduardo Luíz do Nascimento)

ONTEM,
Vivi momentos maravilhosos,
Compreendi o que é o amor.
A felicidade foi encontrada, te amo!
Em todos os longos dias desse tempo,
Não pude afastar meus pensamentos:
de você ...

HOJE,
Vivi uma noite de grande emoção,
Sua atitude naquele instante difícil,
Foi de carinho, compreensão e de amor.
Na verdade você não permitiu meu sofrimento,
Sufocou os meus lamentos, minhas aflições.
Compreendi o que o amor pode fazer ...

AMANHÃ ...
De muitas saudades, de muita ausência,
Um vazio encobrirá meu coração.
Sempre estarás em meus pensamentos,
A doçura de sua voz, o carinho de seu olhar,
A beleza dos seus seios, maciez do seu corpo.
O seu cheiro, seus beijos, serão o meu alento.

SEMPRE ...
Você estará no meu coração,
Estarei contigo; ao seu lado;
Com as mesmas preocupações,
Desejando seu bem estar, sua felicidade.
Com muito carinho, afeição e muito amor,
O mesmo desejo! Te amar!

Ericeica - Portugal

A Ericeira é uma vila turística situada a 35 km a noroeste do centro de Lisboa, a 18 km de Sintra e a 8 km de Mafra. É uma freguesia portuguesa do concelho de Mafra.

Vila muito antiga, presumivelmente local de passagem e instalação dos Fenícios.
Reza a lenda que o nome Ericeira significa, na origem, "terra de ouriços", devido aos numerosos ouriços do mar que abundavam nas suas praias. No entanto, investigações mais recentes apontam o ouriço caixeiro e não o do mar como inspirador do nome. Com a descoberta de um exemplar do antigo brasão da Vila, hoje no Arquivo-Museu da Misericórdia, confirmou-se que o animal ali desenhado é, de facto, um ouriço caixeiro.
A história da Ericeira remonta, assim, a cerca de 1000 a.C.. O seu primeiro foral data de 1229, concedido pelo então Grão-Mestre da Ordem de Aviz, Dom Frei Fernão Rodrigues Monteiro, que assim instituiu o Concelho da Ericeira.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Gruta de Maquiné - Minas Gerais - Brasil

 

Amor
(Carlos Drummond de Andrade)

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida:
o amor
.

 

A maior gruta de Minas Gerais está localizada a 120 quilômetros
de Belo Horizonte, próxima à cidade de Cordisburgo. O local virou

ponto turístico do Estado por abrigar belas esculturas naturais ao 
longo de seus 650 metros de extensão.Mesmo com todaessa área,
a Gruta de Maquiné possui uma limitação no espaço de visitação.
São440 metros abertos para o público admirar os grandes salões
e galerias, resultantes da atividade erosiva milenar.
A gruta da terra do escritor Guimarães Rosa foi descoberta pelo
botânico e zoólogo dinamarquês Peter Lund, quando ele peregrinava
pela bacia do Rio das Velhas,em buscade espécies animais e
vegetais. Na área foram encontradas pedras,ossadas humanas e
restos de animais pré-históricos.
As estalactites formam diversas figuras. Na Galeria das Fadas é 

possível encontrar cristais brilhantes formando franjas, grinaldas e lustres. No Salão do Urso ou do Elefante o turista pode ver um grande cogumelo que lembra a bomba atômica.


 

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mar de Minas - (O Lago de Furnas) Brasil

Foto de Luciano
O Abraço do Mar
(Glória Salles)

Dia qualquer e essa saudade me trouxe...
Não quis pensar, pausei tudo aqui em mim
Antes que o tempo me engolisse lentamente
Sem traçar caminhos, decorei as idas e vim

Em frente o mar imenso, imolar essa imagem
Este azul profundo que me impregnou a alma
Corpo inteiro imerso nas águas dessa paisagem
A pele macia da mão do mar acariciou-me a alma

Na garganta da noite, todo meu sentir pausado
Vou, deixo atrás o mar, e nele meus fragmentos
Questionando-me a voz rouca dos pensamentos

Ainda pareço ouvir das ondas o som cantado
Se nas marcas da areia, deixar meu eu, me custa
Muito mais a idéia de dormir sem você assusta...

Foto de Luciano
O Lago de Furnas é a maior extensão de água do Estado de Minas Gerais e um dos maiores lagos artificiais do mundo, por isto é chamado Mar de Minas. Alimentado por nascentes e rios de águas cristalinas, cobre uma superfície de 1.457,48 Km², tendo modificado a paisagem dos trinta e quatro municípios atingidos pela sua inundação, com a criação de praias e desfiladeiros. Segundo a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (ALAGO): "historicamente a região guarda a memória das tribos indígenas que ali habitaram, das trilhas bandeirantes em busca de ouro, das fazendas seculares e dos quilombos rebeldes. Muito dessa história submergiu em fevereiro de 1963, quando as águas do lago subiram seu nível por sobre casas, plantações e até mesmo cidades, transformando definitivamente o lugar. Seus habitantes levaram algum tempo para reconhecer a nova paisagem e as novas possibilidades oferecidas pelo grande lago que se formara. Aos poucos, porém, em seus remansos, agradáveis pousadas, férteis pesqueiros e elegantes embarcações foram surgindo e delineando o futuro turístico do Lago de Furnas".

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Brasília - Brasil



Brasília é a capital da República Federativa do Brasil e sua quarta maior cidade. Na última contagem realizada pelo IBGE em 2009, sua população foi estimada em 2 606 885 de habitantes. Brasília também possui o segundo maior PIB per capita do Brasil (40 696,00 reais) entre as capitais, superada apenas por Vitória (60 592,00 reais). Junto com Anápolis (139 km) e Goiânia (209 km), faz do eixo Goiânia-Anápolis-Brasília, a região mais desenvolvida do Centro-Oeste brasileiro.
Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília é a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. A transferência dos principais órgãos da administração federal para a nova capital foi progressiva, com a mudança das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais.
O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, o adequou ao projeto do lago Paranoá, concebido em 1893 pela Missão Cruls.O lago armazena 600 milhões de metros cúbicos de água. Muitas das construções da Capital Federal foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.


SONETO DA FIDELIDADE
(Vinícius de Morais)

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
 

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil

Foto de Luciano

Ouro Preto é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, famoso por sua magnífica arquitetura colonial. Foi a primeira cidade brasileira a ser declarada pela UNESCO, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, no ano de 1980.
No município há 13 distritos: Amarantina, Antônio Pereira, Cachoeira do Campo, Engenheiro Correia, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier, Santa Rita, Santo Antônio do Leite, Santo Antônio do Salto, São Bartolomeu e Rodrigo Silva, além da sede.
O ouro mineiro começou a chegar a Portugal ainda no final do século XVII. Em 1697 o embaixador francês Rouillé menciona chegada de ouro "peruano", cita 115,2 kg. Godinho, sem citar a fonte, menciona para 1699 725 quilos e em 1701 a chegada de 1.785 quilos.
A origem de Vila Rica está no arraial do Padre Faria, fundado pelo bandeirante Antônio Dias de Oliveira, pelo padre João de Faria Fialho e pelo coronel Tomás Lopes de Camargo e um irmão deste, por volta de 1698.
A vila foi fundada em 1711 pela junção desses vários arraiais, tornando-se sede de concelho, com a designação de Vila Rica. Em 1720 foi escolhida para capital da nova capitania de Minas Gerais. Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto.

 Foto de Luciano
Amar(Carlos Drummond de Andrade)

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.

 Foto de Luciano

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sagrada Família - Barcelona - España

Foto de Ceiça

O Templo Expiatório da Sagrada Família, também conhecido simplesmente como Sagrada Família, é um grande templo católico da cidade catalã de Barcelona (Espanha), desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, e considerado por muitos críticos como a sua obra-prima e expoente da arquitetura modernista catalã. Financiado unicamente por contribuições privadas, o projeto foi iniciado em 1882 e assumido por Gaudí em 1883, quando tinha 31 anos de idade, dedicando-lhe os seus últimos 40 anos de vida, os últimos quinze de forma exclusiva. A construção foi suspensa em 1936 devido à Guerra Civil Espanhola e não se estima a conclusão para antes de 2026, centenário da morte de Gaudí. No momento presente o mês de setembro de 2010 é apontado para a conclusão do interior e abertura ao culto e visitas, enquanto para a sua consagração está prevista a data de 7 de novembro de 2010.
A construção começou em estilo neogótico, mas o projeto foi reformulado completamente por Gaudí ao assumi-lo. O templo foi projetado para ter três grandes fachadas: a Fachada da Natividade, quase terminada com Gaudí ainda em vida, a Fachada da Paixão, iniciada em 1952, e a Fachada da Glória, ainda por completar. Segundo o seu proceder habitual, a partir de esboços gerais do edifício Gaudí improvisou a construção à medida que esta avançava. O templo, quando estiver terminado, disporá de 18 torres: quatro em cada uma das três entradas-portais, a jeito de cúpulas; irá ter um sistema de seis torres, com a torre do zimbório central dedicada a Jesus Cristo, de 170 metros de altura, outras quatro ao redor desta, dedicadas aos evangelistas, e um segundo zimbório dedicado à Virgem. O interior estará formado por inovadoras colunas arborescentes inclinadas e abóbadas baseadas em hiperboloides e paraboloides buscando a forma ótima da catenária. Estima-se que poderá levar no seu coro 1500 cantores, 700 crianças e cinco órgãos. Em 1926, ano em que faleceu Gaudí, apenas estava construída uma torre. Do projeto do edifício só ficaram planos e um modelo em gesso que resultou muito danificado durante a Guerra Civil Espanhola. Desde então prosseguiram as obras: atualmente (2010) estão terminados os portais da Natividade e da Paixão, e foi iniciado o da Glória, estando em construção as abóbadas interiores.

 Foto de Ceiça
AR DE NOTURNO
(Frederico Garcia Lorca)

Tenho muito medo
das folhas mortas,
medo dos prados
cheios de orvalho.
eu vou dormir;
se não me despertas,
deixarei a teu lado meu coração frio.

O que é isso que soa
bem longe?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu!

Pus em ti colares
com gemas de aurora.
Por que me abandonas
neste caminho?
Se vais muito longe,
meu pássaro chora
e a verde vinha
não dará seu vinho.

O que é isso que soa
bem longe ?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu !

Nunca saberás,
esfinge de neve,
o muito que eu
haveria de te querer
essas madrugadas
quando chove
e no ramo seco
se desfaz o ninho.

O que é isso que soa
bem longe?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu!

sábado, 14 de agosto de 2010

Barcelona - España

Foto de Ceiça

Barcelona é a maior cidade e capital da comunidade autônoma de Catalunha, no nordeste da Espanha; é também a capital da comarca do Barcelonès e da província de Barcelona. É também a segunda maior cidade da Espanha após Madrid e possui uma população de cerca de 1.621.537 habitantes entre de seus limites administrativos uma área de 101,4 km2. A área urbana de Barcelona se estende além dos limites administrativos da cidade com uma população de mais de 4,2 milhões de habitantes[1][2] em uma área de 803 km2[1], é a sexta área urbana mais populosa na União Europeia após Paris, Londres, Vale do Ruhr, Madrid e Milão. Cerca de 5 milhões de pessoas vivem na área metropolitana de Barcelona, é a maior metrópole da Europa dentre as localizadas na costa do Mediterrâneo.
Os primeiros vestígios de povoamento em Barcelona remontam ao final do período Neolítico (2000 a 1500 a.C.). Do século VII ao VI a.C. não está documentada a existência de povoamento de nenhuma tribo ibérica. Aparentemente, por essa mesma época teria existido uma colônia grega (Kallipolis) na região, apesar de os historiadores discordarem sobre a sua localização exata. Os cartagineses teriam ocupado a região durante a Segunda Guerra Púnica e depois os romanos se instalariam no local.
Em sentido estrito, Barcelona teria sido fundada pelos romanos no final do século I a.C., sobre o mesmo assentamento ibérico anterior onde já se haviam instalado anteriormente desde o ano 218 a.C., e teria sido convertida numa fortificação militar, chamada de Iulia Augusta Paterna Faventia Barcino, que estava situada sobre o então chamado Mons Taber, uma pequena elevação onde hoje está situada a catedral da cidade e a praça de Sant Jaume. No século II as suas muralhas foram construídas por ordem do Imperador Cláudio e já no início do século III a população de Barcino estava estimada entre 4.000 e 8.000 habitantes.
Depois de um pós-guerra duro para Barcelona, teve início uma fase de desenvolvimento sob o mandato do prefeito Josep María de Porcioles i Colomer. Toda a região próxima à cidade que ainda mantinha alguma tradição agrícola e rural aos poucos se vai urbanizando com grandes bairros cheios de imigrantes procedentes de outras partes da Península Ibérica. Restaurada a democracia após a morte do ditador Franco, um novo desenvolvimento cultural e urbanístico acontece, com uma crescente participação da população civil, dotando a cidade de grandes infra-estruturas dignas de uma metrópole moderna e cosmopolita atrativa para o turismo.

 Foto de Ceiça

EL POETA PIDE A SU AMOR QUE LE ESCRIBA
(Federico García Lorca)

Amor de mis entrañas, viva muerte,
en vano espero tu palabra escrita
y pienso, con la flor que se marchita,
que si vivo sin mí quiero perderte.

El aire es inmortal, la piedra inerte
ni conoce la sombra ni la evita.
Corazón interior no necesita
la miel helada que la luna vierte.

Pero yo te sufrí, rasgué mis venas,
tigre y paloma, sobre tu cintura
en duelo de mordiscos y azucenas.

Llena, pues, de palabras mi locura
o déjame vivir en mi serena noche
del alma para siempre oscura.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Maison Angelina - Paris


Foto de Ceiça

Na Rue du Rivoli 226, uma das mais famosas de Paris e perto do Museu do Louvre, está a Maison Angelina, fundada em 1903, comandada pelo chef Sébastien Bauer, especialista em patisserie e viennoiserie. É uma Casa de Chá, das mais tradicionais da cidade, que serve, além de chás, cafés, saladas, quiches e chocolates. Há sempre uma pequena fila para conseguir uma mesa, mas a espera vale a pena. O salão é grande, com uma arquitetura "neo-rococó", onde facilmente você se sente em um quadro do início do século passado.

Os amantes do chocolate não podem deixar de provar o l'Africain, famoso chocolate quente da casa servido com chantilly a parte. Sei que não devo ficar classificando nada como o "melhor ou pior", pois cada paladar é único, sendo subjetivo, mas irei concordar com os meus amigos parisienses: "em matéria de chocolat chaud, vai ser difícil encontrar outro mais saboroso na cidade". 
(Por Robson Oliveira)


 Fotos de Ceiça e Wilzy

É o êxtase langoroso
(Paul Verlaine)

É o êxtase langoroso
É a fadiga amorosa
São todos os arrepios do bosque
Entre os abraços das brisas.
E para o lado das inquietas ramagens
Há um coro de pequenas vozes.

Oh fresco e frágil murmúrio
Tudo chilreia e assusta
Assemelha-se ao doce grito
a aspirar da agitação da erva...
Dirias, sob um redemoinho d’água
Um surdo rolar de seixos.

A alma a lamentar-se
Nessa queixa dormente
É a nossa, não é?
É a minha, dize, é a tua,
d’onde se exala a humilde antífona,
Tão baixinho, nesta noite morna?

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Musée du Louvre - França

Foto de Ceiça

O Museu do Louvre (Musée du Louvre), instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do mundo. Localiza-se no centro de Paris, entre o rio Sena e a Rue de Rivoli. O seu pátio central, ocupado agora pela pirâmide de vidro, encontra-se na linha central dos Champs-Élysées, e dá forma assim ao núcleo onde começa o Axe historique (Eixo histórico).
É onde se encontra a Mona Lisa, a Vitória de Samotrácia, a Vénus de Milo, enormes coleções de artefatos do Egito antigo, da civilização greco-romana, artes decorativas e aplicadas, e numerosas obras-primas dos grandes artistas da Europa como Ticiano, Rembrandt, Michelangelo, Goya e Rubens, numa das maiores mostras do mundo da arte e cultura humanas. O museu abrange, portanto, oito mil anos da cultura e da civilização tanto do Oriente quanto do Ocidente.
O Louvre é gerido pelo estado francês através da Réunion des Musées Nationaux.
É sem dúvida o museu mais visitado do mundo em 2007 teve 8,3 milhões de visitantes, em 2009 com 8,5 milhões.
O primeiro real "Castelo do Louvre" neste local foi fundado por Filipe II em 1190, como uma fortaleza para defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings. No século seguinte, Carlos V transformou-o num palácio, mas Francisco I e Henrique II rasgaram-no para baixo para construir um palácio real; as fundações da torre original da fortaleza estão sob a Salle des Cariatides (Sala das Cariátides) agora. Mais tarde, reis como Luís XIII e Luís XIV também dariam contribuições notáveis para a feição do atual Palácio do Louvre, com a ampliação do Cour Carré e a criação da colunata de Perrault.


Aléxis Félix Arvers ( 1806-1850)
"Soneto de Arvers"
                      
Tradução de J G de Araujo Jorge                       

Tenho um segredo na alma, e um mistério na vida:
um repentino amor que me empolga e devora;
louca paixão que trago em minha alma escondida
e aquela que a inspirou, entretanto, a ignora...

Ai, de mim! Sigo só, mesmo a seu lado, embora
leve no coração sua imagem querida
até que venha a morte, e amanhã, como agora,
nada possa esperar dessa paixão proibida...

E ela que a alma possui só de ternuras cheia
seguirá seu caminho, indiferente, e alheia
ao sussurro de amor que em vão a seguirá...

Presa a um nobre dever, a um tempo fiel e bela,
dirá depois que ler meus versos cheios dela:
- "Que mulher será essa?..." E não compreenderá...

Tradução 02  de J G de Araujo Jorge, in
"Os Mais Belos Sonetos Que O Amor Inspirou"
Poesia Universal - Européia e Americana  -
Vol. III  - 1a edição 1966

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Lisboa - Pessoa - Florbela

Foto de Luciano
A Outra
Amamos Sempre no Que Temos
(Fernando Pessoa)

AMAMOS sempre no que temos 
O que não temos quando amamos. 
O barco pára, largo os remos 
E, um a outro, as mãos nos damos. 
A quem dou as mãos? 
À Outra.

Teus beijos são de mel de boca, 
São os que sempre pensei dar,  
E agora e minha boca toca 
A boca que eu sonhei beijar. 
De quem é a boca? 
Da Outra.

Os remos já caíram na água, 
O barco faz o que a água quer. 
Meus braços vingam minha mágoa 
No abraço que enfim podem ter. 
Quem abraço? 
A Outra. 

Bem sei, és bela, és quem desejei... 
Não deixe a vida que eu deseje 
Mais que o que pode ser teu beijo 
E poder ser eu que te beije. 
Beijo, e em quem penso? 
Na Outra.

Os remos vão perdidos já, 
O barco vai não sei para onde. 
Que fresco o teu sorriso está, 
Ah, meu amor, e o que ele esconde! 
Que é do sorriso 
Da Outra? 

Ah, talvez, mortos ambos nós, 
Num outro rio sem lugar 
Em outro barco outra vez sós 
Possamos nos recomeçar 
Que talvez sejas 
A Outra.

Mas não, nem onde essa paisagem 
É sob eterna luz eterna 
Te acharei mais que alguém na viagem 
Que amei com ansiedade terna 
Por ser parecida  
Com a Outra. 

Ah, por ora, idos remo e rumo,  
Dá-me as mãos, a boca, o ter ser. 
Façamos desta hora um resumo 
Do que não poderemos ter. 
Nesta hora, a  única, 
Sê a Outra.
 
Foto de Luciano
Desejos vãos
(Florbela Espanca)
.
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o sol, a luz intensa

O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão é ate da morte!

Mas o mar também chora de tristeza...

As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!

E o sol altivo e forte, ao fim de um dia,

Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras... essas... pisá-as toda a gente!...

sábado, 31 de julho de 2010

Um pouco mais de Lisboa - Portugal

Foto de Luciano

Conto de fadas
(Florbela Espanca)

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento…
Trago no nome as letras duma flor…
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento…

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d´ouro, a onda que palpita.

Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou aquela de quem tens saudade,
A princesa de conto: “Era uma vez…”

 Foto de Luciano
Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.
(Fernando Pessoa)

 Foto de Luciano

Neste edifício, às três horas e vinte minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nascia em Lisboa Fernando Pessoa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos).

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lisboa - Portugal

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
(Fernando Pessoa)

Foto de Luciano

Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. A cidade é considerada uma cidade global alfa e é também a capital do Distrito de Lisboa, da Área Metropolitana de Lisboa, e é ainda o principal centro da sub-região estatística da Grande Lisboa. Eclesiasticamente é sede do Patriarcado de Lisboa. Lisboa possuía, em 2004 uma população de 564 657 habitantes e uma área metropolitana envolvente que ocupa cerca de 2 870 km², com cerca de 2,8 milhões de habitantes. A sua área metropolitana concentra 27% da população do país. A Região de Lisboa, que abrange do estuário do Tejo ao norte da Península de Setúbal, apresenta um PIB per capita superior à média da União Europeia, que faz desta a região a mais rica de Portugal. O concelho de Lisboa tem 83,84 km² de área, e apresenta uma densidade demográfica de 6 734,94 hab./km².


 Foto de Luciano

O Martinho da Arcada é um café e restaurante histórico situado no Terreiro do Paço, em Lisboa, em Portugal.
O café foi fundado em 1778 com o nome "Café da Neve". Teve vários nomes (Casa de Café Italiana, Café do Comércio, Café dos Jacobinos ou Casa da Neve) consoante os proprietários, até que foi adquirido por Martinho Bartolomeu Rodrigues, em 1845.
O Martinho da Arcada tem uma antiga tradição literária como café de escritores, dos quais o mais famoso é Fernando Pessoa (que tem uma mesa permanentemente reservada), mas também era frequentada por outras personalidades como Lopes Mendonça, Afonso Costa, Manuel da Arriaga, Bernardino Machado, França Borges, Cesário Verde, António Botto, Augusto Ferreira Gomes, António Ferro e Almada Negreiros.
Mais recentemente, o Martinho da Arcada passou a ter também uma mesa permanentemente reservada para o escritor José Saramago.

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Espaço Curvo e Finito
(José Saramago)

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Momento Arte Portuguesa


Foto de Luciano
O Meu Impossível
(Florbela Espanca)

Minh'alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!

Tudo é vago e incompleto! E o que mais pesa
É nada ser perfeito. É deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão! Deus, que tristeza!...

Aos meus irmãos na dor já disse tudo
E não me compreenderam!... Vão e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto...

Mas se eu pudesse a mágoa que em mim chora
Contar, não a chorava como agora,
Irmãos, não a sentia como a sinto!... 

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Sr. Vinho

Segundo as notícias de imprensa o Garrafão (Sr. Vinho) criado pela artista Joana Vasconcelos foi encomendado pela Câmara Municipal de Torres Vedras para ser instalado no novo mercado da cidade como peça de escultura pública. Esta obra, com cerca de cinco metros de altura, foi concebida em ferro forjado inspirada nos padrões das vedações típicas das casas portuguesas.
Parece que a polémica foi suscitada pelo grupo de oposição à autarquia (PSD/CDS-PP), que questionaram a aquisição desta peça no valor de 149 mil Euros (mais apoios de entidades privadas), considerando tratar-se de um valor demasiado “elevado em tempo de crise”.

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A Noiva

Joana Vasconcelos, escultora, é a autora de “A Noiva”, um lustre que tem 4,70 m, mas que ao invés de ser de cristal ou de pingentes de vidro, foi construído com 14 mil tampões OB. Segundo a escultora, o plástico com que são revestidos esses objetos reflete a luz quase tão bem como o vidro.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vila de Óbidos - Portugal

Foto de Luciano

Óbidos é uma vila portuguesa no distrito de Leiria, região Centro e sub-região do OesteRegião de Turismo do Oeste, com cerca de 3 100 habitantes. fazendo parte da
É sede de um município com 142,17 km² de área e 10 875 habitantes (2001), subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste e leste pelo município das Caldas da Rainha, a sul pelo Bombarral, a sudoeste pela Lourinhã, a oeste por Peniche e a noroeste tem costa no oceano Atlântico.
Ao contrário do que se possa pensar, o nome Óbidos não deriva da parónima óbitos, mas sim do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada». Nas suas proximidades ergue-se a povoação romana de Eburobrittium.
Terá sido tomada aos Mouros em 1148, e recebido a primeira carta de foral em 1195, sob o reinado de D. Sancho I. Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal, designadamente Urraca de Castela (esposa de D. Afonso II), Rainha Santa Isabel (esposa de D. Dinis), Filipa de Lencastre (esposa de D. João I), Leonor de Aragão (esposa de D. Duarte), Leonor de Portugal (esposa de D. João II), entre outras.

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Sorriso audível das folhas
(Fernando Pessoa)

Sorriso audível das folhas 
Não és mais que a brisa ali 
Se eu te olho e tu me olhas, 
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.  

Ri e olha de repente 
Para fins de não olhar 
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar 
Tudo é vento e disfarçar.
  
Mas o olhar, de estar olhando  
Onde não olha, voltou 
E estamos os dois falando 
O que se não conversou  

 Isto acaba ou começou?


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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Mais Chaves - Portugal

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Poema à boca fechada
(José Saramago)

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição) 

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Chaves - Portugal


As sem-razões do amor
(Carlos Drummond de Andrade)

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor
.
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Chaves é uma cidade portuguesa do Distrito de Vila Real, Região Norte, sub-região do Alto Trás-os-Montes, com uma população estimada (em 2005) de 17 535 habitantes no seu perímetro periurbano. A cidade de Chaves em sentido restrito está dividida em três freguesias: Madalena, Santa Maria Maior e Santa Cruz - Trindade.
É sede de um município com 591,22 km² de área e 44 039 habitantes (2008 ), subdividido em 51 freguesias. O município é limitado a norte pela Espanha, leste pelo município de Vinhais, a sudeste por Valpaços, a sudoeste por Vila Pouca de Aguiar e a oeste por Boticas e Montalegre.
Os vestígios presentes na região de Chaves, legados da Pré-História, levam a admitir a existência de actividade humana no Paleolítico. São em grande quantidade os achados provenientes do Neolítico, do Calcolítico de Mairos, Pastoria e de S.Lourenço, dentre outros locais, e das civilizações proto-históricas, nomeadamente nos múltiplos castros situados no alto dos montes que envolvem toda a região do Alto Tâmega.
As legiões romanas que, há dois milénios, conquistaram aquelas terras instalaram-se de essencialmente no vale fértil do Tâmega, exactamente onde hoje se ergue a cidade e, construíram fortificações pela periferia, aproveitando alguns dos castros existentes.
Construíram muralhas protegendo o aglomerado populacional; construíram a majestosa ponte de Trajano; fomentaram o uso das águas quentes mínero-medicinais, implantando balneários Termais; exploraram minérios, filões auríferos e outros recursos naturais. Tal era a importância desse núcleo urbano, que foi elevado à categoria de Município no ano 79 d.C. quando dominava Tito Flávio Vespasiano, o primeiro César da família Flávia. Daqui advém a antiga designação Aquæ Flaviæ da actual cidade de Chaves, bem como o seu gentílico — flaviense.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais fotos da Suiça

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Frases e Pensamentos de Henri Amiel

"Conhecer é um ato. A ciência pertence, portanto, ao âmbito da moral. Agir é seguir um pensamento. A moral pertence, portanto, ao campo da ciência."

"Fazer com facilidade o que os outros acham difícil é talento; fazer o que o talento acha impossível é genial."

"A nossa maior ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser."

"Fiz desaparecer a minha individualidade para nada ter que defender; afundei-me no incógnito para não ter qualquer responsabilidade; foi no zero que procurei a minha liberdade."

Henri Frédéric Amiel nasceu em Genebra, em 1821. Ainda criança, perdeu os pais e foi morar com um tio paterno.
Na sua juventude, fez diversas viagens pela Europa, quando finalmente, em 1844, matriculou-se no curso de Filosofia da Universidade de Berlim. Aprofundou seus conhecidos em Filologia, História, Antropologia, Psicologia, Estética e Teologia.
Quatro anos depois, em 1848, apresentou sua tese de doutorado à Universidade de Genebra, que foi consagrada dentro dos movimentos literários da Suíça. Sua tese também lhe rendeu a nomeação de professor catedrático de Estética e Literatura pela mesma universidade.
Amiel, então, passou depois a ensinar Filosofia, disciplina pela qual era completamente apaixonado e entusiasta. Fruto dessa relação de paixão, Amiel publicou vários estudos, como: “L'Academie de Genève”, de 1859, “Madame de Staël”, de 1876 e “Caractéristique Gènèrale de Rousseau, de 1879.
Além disso, publicou livros poéticos, entre eles: “Grains de Mil”, de 1854, “Il Penseroso”, de 1858)”, “La Part Du Rêve”, de 1863” e “Jour à Jour”, de 1880. O filósofo também lembrado pelas reflexões registradas em seu diário, “Journal Intime”, que foram publicadas em 1886, após sua morte.
Henri Amiel faleceu em 1881, em Genebra.

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Glaciares da Suíça


O Glaciar Morteratsch (em romanche: Vadret da Morteratsch) é o glaciar com maior área do Maciço de Bernina nos Alpes Bündner na Suíça.
O Glaciar de Aletsch é o maior Glaciar dos Alpes tendo uma superfície de mais de 120 km² no Sul da Suíça. A sua descida rodeia o sul do Jungfrau entrando no vale do Rhône Superior. Na sua extremidade oriental, a 2350 m de altitude, situa-se um lago glaciar, o Lago Märjelen. A Oeste situa-se o Aletschhorn (4195 m), que foi escalado pela primeira vez em 1859. O Rio Ródano flui pela encosta sul destas montanhas.

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Poema do Amor Eterno
(Netto dos Reys, dedicado à Solange)
 
Quando eu já não existir,
Busca uma praia solitária.
Estarei no vento que vem do mar.
Quando eu já não existir,
Ouve na solidão das tuas noites
Melodias tristes e profundas.
Eu virei na música.
Serei o rubro do dia a morrer,
A chuva, molhando teus cabelos.
A brisa que te beija a boca.
Estarei no perfume das flores que
Tuas mãos toquem,
Nas estrelas que teus olhos busquem
Serei o fio do luar que te afaga.
Quando eu já não existir,
Descerei nas lágrimas dos fogos artificiais
Deslumbrando a noite.
Perder-me-ei em ti.
No gosto da champagne estarei
E nos beijos que te derem.
Quando eu já não existir,
Existirá ainda o meu amor.
Ardendo nas estrelas
Suspirando na aragem da madrugada,
Tremendo nas canções melancólicas.
Quando eu já não existir,
Fluirei, etéreo e enamorado,
Das coisas belas para ti...
 
(Publicado na revista da Escola Naval "A Galera", de 1959, pg. 22)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Suiça

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A Suíça é um país sem costa marítima cujo território é dividido geograficamente entre o Jura, o planalto suíço e os Alpes, somando uma área de 41.285 km². A população suíça é de aproximadamente 7,8 milhões de habitantes e concentra-se principalmente no planalto, onde estão localizadas as maiores cidades do país. Entre elas estão as duas cidades globais e centros económicos de Zurique e Genebra. A Suíça é um dos países mais ricos do mundo relativamente ao PIB per capita calculado em 43.196 de dólares americanos. Zurique e Genebra foram classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente.
A Confederação Suíça tem uma longa história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais como o Fórum Económico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio e do segundo maior Escritório das Nações Unidas. A nível europeu, foi um dos fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre e é parte integrante do Acordo de Schengen. Em termos desportivos, a UEFA tem o seu quartel-general naquele país.
A Suíça é constituída por quatro principais regiões linguísticas e culturais: Alemão, Francês, Italiano e Romanche. Por conseguinte, os suíços não formam uma nação no sentido de uma identidade comum étnica ou linguística. O forte sentimento de pertencer ao país é fundado sobre o histórico comum, valores compartilhados (federalismo, democracia direta e neutralidade) e pelo simbolismo Alpino. A criação da Confederação Suíça é tradicionalmente datada em 1 de Agosto de 1291.

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Mil poemas de amor
 (by Caio Lucas)
Sonhei com mil poemas de amor,
dentre eles uma paixão,
fui à procura,
era alguém sozinho à minha espera,
andei por mil noites,
mil luas, mil cidades,
mas não a encontrei,
chorei por milhares de paixões
e não era você.

Visitei mil outros corações à sua procura,
andei por praias,
florestas, desertos,
sóis, luas e nada...
Ainda assim eram sonhos,
sonhos de amante.

Sorri, até descansei algumas vezes,
eram outros braços,
não era você,
as músicas não tinham romance,
os ritmos estavam desencontrados,
por nenhuma o coração batia forte. 
Um dia, caminhando sozinho, encontrei...
Bem, não fui eu quem viu primeiro,
fui encontrado,
ainda assim não acreditei,
deixei passar um tempo,
ainda estava machucado de outros amores,
o corpo cansado de tanto caminhar.

Escrevi um poema,
outro,
o coração estava alegre,
veio um beijo na mão espalmada,
os olhos, os corpos se encontraram,
um rosto limpo e em paz;
sem notar, a paixão tomou conta. 
Cada dia era um poema,
uma canção, um beijo,
os caminhos eram diferentes, mas iguais,
éramos o que procurávamos,
demos as mãos, as vidas,
juntamos a paixão,
numa manhã qualquer fizemos amor,
selamos com gozo nossos corpos,
deixamos o prazer tomar conta,
até que virou amor.

Escrevi mil poemas,
te amei mil noites,
chorei algumas vezes de saudades,
outras mil vezes sorrimos,
fizemos planos, sonhamos,
deixo agora a vida contar nossa história. 
Caminhando juntos, lado a lado,
conseguimos juntar paixão e amor,
aquecemos nossos corpos com vontades,
cuidamos de cada pedaço da paixão,
colamos nossos cacos,
dividimos os carinhos em um,
na verdade somamos em milhares,
multiplicamos e o resultado é amor,
nosso, único...
Ainda que tarde é começo, é fim, é eterno. 
Algum dia alguém vai ler minhas letras,
todas falam de paixão, uma a uma,
vão dizer dos mil poemas que fiz pra você,
os que falam da procura,
das dores, das alegrias,
se alguém um dia sonhar como nós,
então lembrará dos poemas,
nossos escritos de amor.

Hoje te entrego mil folhas,
mil juras,
mil beijos,
mil sonhos,
mil escritos de amor,
mil vezes que sonhamos,
mil vezes que disse: "te  amo".

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tordesilhas


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Tordesilhas (em castelhano Tordesillas) é um município da Espanha na província de Valladolid, comunidade autónoma de Castela e Leão, de área 141,95 km² com população de 8708 habitantes (2007) e densidade populacional de 57,89 hab/km².
É célebre por ter sido o local onde em 1494 foi assinado entre o reino de Portugal e o recém-formado reino de Espanha o Tratado de Tordesilhas que estabelecia a divisão das terras futuramente descobertas entre as duas nações.

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" Um Soneto de Amor, Espanhol "
        
              Traduzir é fácil? É difícil? Eis uma experiência nova, a que me submeti, quando resolvi organizar os volumes II e III da antologia “Os Mais Belos Sonetos Que o Amor Inspirou ”,  constituídos  por  sonetos  de  poetas  de   todo  o  mundo, transladados para o português.           A tentativa transformou-se numa aventura empolgante, num desafio, atraente como um novo amor.        E o resultado é que traduzi  mais  de   cem  sonetos,  e  com  a  equipe que me ajudou, acabamos por proporcionar aos leitores brasileiros, a maior mostra de poesia latino-americana
já vertida para o nosso idioma.
    Encontro-me, pois em condições de tentar uma resposta àquelas perguntas: às vezes, é fácil, os versos parecem que já estão prontos, inteiros, é só ir ajeitando as palavras  correspondentes,  como  um  delicado   jogo  de  paciência.      Neste caso incluímos   alguns  trabalhos  de  poetas  espanhóis,  franceses   ou  italianos,  cujas línguas, neo-latinas, são irmãs da nossa.
        Mas, (e isto é o mais comum), as dificuldades são quase intransponíveis. Basta
às vezes uma pequenina “pedra no caminho” para que não se possa seguir adiante. O  detalhe , aparentemente  insignificante,   permanece  irredutível,  e inutilmente tentamos contorna-los por mil atalhos diferente.     Em vão.
           Redunda inútil o nosso esforço. E vamos chegar à conclusão de que, ou nos despojamos  de  alguns   apetrechos  clássicos, formais, (as rimas, a métrica, a fiel reprodução de cada figura de linguagem), ou não conseguiremos atingir o objetivo. Tive um exemplo do que afirmo, quando  traduzi o belo soneto,  claro todo ele, em sua construção   léxica  e  lírica:  Anhélos,  do  moderno   poeta espanhol Francisco Rodrigues Marin.
    O “nó Gordio” estava em seus dois primeiros versos, tão fáceis, tão simples na aparência:

                                   “Agua quisiera ser, luz e alma mia,
                                que com su transparencia te brindara”.

    Mantendo as rimas, teria em português inha e não ia, do espanhol. E agravando o caso, o  célebre  cacófato  camoniano,  perdoável   no  genial  português,  em sua linguagem quinhentista, mas imperdoável hoje:

                                 “Água eu quisera ser, luz e alma minha”.

            As rimas são “pequenos déspotas” que nos impõe suas idéias, e nos obrigam muitas vezes  a   enveredar  por  caminhos imprevisíveis.   É bem verdade, que nos levam, também,  a  surpresas  agradáveis,  em  nossa   criação.    Mas, de qualquer forma,  desvirtuam  a   idéia matriz, e quando nos damos conta, encontramo-nos em roteiro   inteiramente  diverso  do  que  programáramos.      Os poetas, inadvertidos Argonautas,  se  deixam   arrastar por seus cantos de  sereia. Nós que convivemos com elas, que as conhecemos de longa data, percebemos suas ciladas, embora nem sempre possamos nos livrar delas.
    Pela simples observação das rimas de um poema, de suas   correspondências em nosso idioma, concluímos logo se deveremos mantê-las ou não. Nas tentativas que fizemos para traduzir o soneto de Rodriguez Marin, se nos mantínhamos presos às rimas, e à fidelidade das palavras,  nada   conseguíamos.    Optamos então por uma libertação de certos detalhes, para  nos  fixarmos  apenas  na  concepção   geral da obra. E acabamos por vencer a “ batalha ” com uma adaptação.    O importante, no original, é a idéia que serviu de tema à inspiração.     Baseou-se o poeta na velha e primitiva teoria dos filósofos gregos que o Universo é formado de quatro elementos  água, ar, fogo e terra. Partindo daí, e apropriando-se da idéia, conscientemente ou não, transfigurou-a   pelo  sentimento,  transformando-a  de  filosofia em poesia, de concepção filosófica numa das mais lindas declarações de amor que já li.
    Eis o original, em espanhol:

ANHELOS

Agua quisiera ser, luz y alma mia,
que com su transparencia te brindara;
porque tu dulce boca me gustara,
no apagara tu sed, la encenderia.


Viento quisiera ser: em noche umbria
callado hasta tu lecho penetrara
y aspirar por tus labios me dejara,
y mi vida en la tuya fundiria.


Fuego quisiera ser para abrasar-te
en un volcán de amor, ah! estatua inerte,
sorda a las quejas de quien supo amar-te!


Y después, para siempre poseerte,
tierra quisiera ser, y disputarte
celoso a la codicia de la muerte.

E agora a nossa adaptação:

ANSEIOS

Água eu quisera ser, pela alegria
de te dar a beber meu próprio ser;
por tua sede, que eu não mataria,
para molhar teus lábios por prazer.


Vento eu quisera ser, e à noite, iria
adormecida, te surpreender
ressonando em teu leito, e então seria
o ar que precisas pra poder viver!


Fogo eu quisera ser, e em rubras chamas
num delírio de amor, toda abrasar-te,
para ter a certeza de que me amas.


Depois, para possuir-te, de verdade,
terra eu quisera ser! E disputar-te
ciumento, à morte, pela eternidade!


     O leitor mais atento verificará que consegui manter a idéia, a sonoridade de algumas  rimas,  um  certo  ritmo  peculiar,   do  original.     Mas não pude evitar, estimulado pela emoção, que acabasse por participar do poema, integrando-me a ele, e até recriando poesia em algumas passagens. Toda tradução, não deixa de ser, de certa maneira, uma recriação literária.                                                       
    Para o leitor poder comprovar a pertinácia com que me empenhei no trabalho de tradutor, vou citar uma outra tentativa. Aquela em que procurei ater-me ao léxico espanhol, tanto  quanto  possível,  e  reproduzir, com   o  máximo  de fidelidade, as expressões de cada verso.      Abri mão das rimas, - esses dourados e sonoros grilhões medievais - e deixo aos leitores o confronto das duas peças, esta em versos brancos:                                                                                                   

ANSEIOS

Água quisera ser, luz da minha alma,
e com sua pureza te brindar;
e porque tua boca me provara
não mataria a sede, aumentaria.


Vento quisera ser; em noite fria
chegaria a teu leito, silencioso,
deixar-me-ia aspirar por tua boca,
e minha vida à tua fundiria.


Fogo quisera ser para abrasar-te
em um vulcão de amor! Ah, estátua inerte
surda a estas queixas de quem soube amar-te!


E depois, para sempre possuir-te
Terra eu quisera ser, e disputar-te
amoroso, à cobiça vã da morte!

    Qual das duas formas escolheria?
       
( Crônicas  de JG de Araujo Jorge extraído do livro
" No Mundo da Poesia " Edição do Autor -1969
)